As malformações artério venosas (MAVs), representam alterações da vascularização encefálica caracterizada por tecido extremamente vascularizado chamado de “nidus”, entreposto anteriormente por um ou mais ramos arteriais e, distalmente por algumas veias de drenagem.
Na anatomia, sabemos que do coração saem artérias (vasos que carregam sangue oxigenado e rico em nutrientes) que se ramificam para nutrição dos diversos tecidos corporais. Seguindo este caminho, haverá redução do fluxo sanguíneo e do diâmetro dos mesmos até atingir a menor artéria chamado de arteríola. Estas, então, distribuem aos tecidos oxigênio e nutrientes e, posteriormente, passam a se encontrar com pequenas veias (vasos que carregam sangue pouco oxigenado e pobre em nutrientes) chamadas de vênulas, que irão progressivamente incorporar maior volume de sangue formando as veias que irão terminar no coração.
Habitualmente, a pressão do sangue arterial decresce gradativamente enquanto o calibre das artérias diminui até a chegada no sistema venoso que trabalha com pressões gradativamente inferiores de modo a impulsionar o sangue de volta para o coração.
As malformações artério venosas (MAVs), representam alterações da vascularização encefálica caracterizada por tecido extremamente vascularizado chamado de “nidus”, entreposto anteriormente por um ou mais ramos arteriais e, distalmente por algumas veias de drenagem.
O nidus representa um conglomerado de vasos de pequeno calibre com alterações estruturais em suas paredes, tornando-as mais fracas e propensas ao sangramento espontâneo.
Destaca-se nestas malformações, a conexão precoce dos calibrosos ramos arteriais, com as veias e consequentemente, perda de grande fluxo de sangue arterial. Instala-se então, um sistema de alto fluxo sanguíneo de modo a nutrir todo o tecido cerebral, além da perda causada pelo desvio sanguíneo.
Este fluxo elevado de sangue, através dos pequenos vasos do nidus, representam a principal justificativa para a ruptura dos mesmos e a ocorrência de sangramento cerebral.
Quanto ao tratamento das MAVs existem quatro principais terapêuticas passíveis sendo elas:
1. Tratamento observacional,
2. Cirurgia aberta craniana,
3. Embolização,
4. Radiocirurgia
Exceto a primeira opção de tratamento, as demais focam no tratamento do nidus pela retirada de cirurgia aberta. Segue-se uma oclusão da abertura com uma cola especial chamada Onyx na embolização; irradiação causando fibrose e oclusão tardia na radiocirurgia.
Algumas vezes pela extensão da MAV e complexidade vascular, estas opções podem atuar em conjunto para o tratamento.
Falando um pouco mais a respeito da cirurgia, estabelece-se um plano terapêutico visando inicialmente a exposição da malformação, sem a lesão vascular da mesma, seguido da identificação e oclusão de todos ou das mais importantes artérias nutridoras, e posteriormente, dissecção e exérese da lesão do tecido cerebral com secção das veias de drenagem como última etapa do procedimento.
As oclusões arteriais e venosas, em geral, são realizadas com a utilização de clips (parecidos com mini prendedores de roupa) que ocluem definitivamente o vaso. Como pode ser percebido, a principal etapa do tratamento representa a identificação e oclusão no tempo apropriado dos ramos arteriais.
Atualmente e conjuntamente com a empresa EXIMUS, a cirurgia da MAV atinge um novo paradigma de tratamento, tornando possível a neuronavegação, ou seja, a pontuação em tempo real do posicionamento do tecido neuronal e do instrumento cirúrgico, conjuntamente com o acoplamento vascular da angiografia, que representa a técnica ideal de estudo dos vasos cranianos através da radiografia seriada após a injeção de contraste.
Tal tecnologia, permite de maneira bem menos invasiva e mais precisa, a localização dos ramos arteriais e venosos da MAV e facilita o isolamento e a oclusão dos mesmos, minimizando sangramento desnecessários nas cirurgias, principalmente em crianças (as quais toleram menor quantidade de sangramento pela quantidade reduzida de sangue corpóreo).
Venha nos conhecer, estamos aptos a oferecer toda a tecnologia necessária para cuidar de seus filhos e parentes.