A espasticidades é uma grave condição causada por doenças neurológicas. Ela causa significativas alterações no tônus muscular. Em virtude disso, o paciente sofre com rigidez, limitação de mobilidade, má postura e dores musculares. Esse distúrbio não é necessariamente uma doença, mas é um sintoma que acompanha uma patologia neurológica, tal como paralisia cerebral, AVC, entre outros.
O que é
A espasticidades é um distúrbio que causa alterações no tônus muscular. O paciente sofre constantemente com tensão, rigidez e limitação nos músculos que podem afetar suas atividades cotidianas. Uma simples caminhada, ou o ato de levar comida à boca podem ser comprometidos com essa condição, geralmente associada com patologias neurológicas. Inclusive, os reflexos involuntários apresentados pelo paciente podem ser muito intensos (hiperativo).
De forma geral, quem começa a desenvolver essa séria contração múscular, pode estar sofrendo com algum tipo de disfunção cerebral. Esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica (ELA), paraplegias espásticas, derrame, porencefalia, lesão medular e cerebral são os principais desencadeadores da espasticidade.
Comumente, a condição afeta apenas um grupo muscular, como em um braço ou perna. Porém, dependendo da lesão neurológica, o paciente poderá apresentar consideráveis alterações por todo um lado do corpo.
Quais as causas
O distúrbio é nada mais que um sinal de doença neurológica. Como citado acima, a condição está associada a alterações cerebrais do paciente. Quando acometido por uma patologia dessa ordem, os sinais do sistema nervoso central, entre o cérebro e a medula espinhal, se desencontram drasticamente, contribuindo para os reflexos musculares involuntários.
Sintomas
A espasticidade resulta em uma série de agravantes para quem sofre com o transtorno. Além da contração involuntária dos músculos, a condição pode causar o cruzamento involuntário dos membros inferiores, conhecido também como "tesoura" e, consequentemente, dificuldades na mobilidade e na caminhada. Devido à postura anormal desenvolvida pela rigidez muscular, o paciente sofre com fortes dores sobre local das contrações.
Em estágios mais desenvolvidos da doença, é muito comum a constatação de deformidades graves e má postura, resultante da alteração no tônus muscular. Inclusive o grau da espasticidade pode ser medido por meio da Escala Modificada Ashworth. Paciente com o nível 1 apresenta leves contrações. Já o nível 2 demonstra um ligeiro aumento na contração, juntamente com resistência a certos movimentos. Por sua vez, no grau 3, é constatado que a grande concentração muscular já começa a comprometer seriamente a mobilidade dos membros. Por fim, no grau 4, o músculo afetado se encontra totalmente rígido e impossibilitado de realizar movimentos.
Diagnóstico
Todos os distúrbios deverão ser relatados para o neurologista responsável. Para isso será levantado o histórico médico do paciente que consiste nas alterações neurológicas e musculares. Inclui também o uso recente de medicamentos que, por ventura, possam alterar algumas funções cerebrais. Alguns testes nos movimentos das pernas e braços também podem ser realizados para a confirmação da espasticidade. Esses exames são responsáveis por mensurar a atividade muscular e amplitude de movimentos realizados pelo paciente acometido pela doença.
Tratamento
Infelizmente, a severa condição que afeta pacientes com problemas neurológicos não tem cura. Por outro lado, graças aos avanços da medicina moderna e da fisioterapia, é possível amenizar os transtornos causados pela espasticidade.
O uso de medicamento é notoriamente indicado para esses casos. Existem alguns tipos distintos para o alívio dos sintomas. A toxina botulínica, conhecida por cirurgiões plásticos para aplicações de botox, também pode ser utilizada para o tratamento de pacientes com contrações musculares involuntárias. A injeção sobre o local afetado promove diminuição gradativa da rigidez muscular e contribui significativamente para a movimentação das articulações do paciente.
Comumente o botox é realizado a cada seis meses em pacientes acometidos por espasticidade, e o seu efeito pode ser visível entre quatro meses e um ano. Se a aplicação não for renovada depois desse período, a pessoa volta a sentir os sintomas promovidos pela forte contratura muscular. Uma curiosidade é que a toxina botulínica também é utilizada para bebês que sofrem de microcefalia, contraída pelo Zika vírus durante a gestação da mãe.
Porém, em muitos casos, o botox não surte efeito sobre o paciente. Portanto, dependendo de cada caso, alguns métodos de neurocirurgia funcional são empregados, tal qual a bomba de baclofeno ou a rizotomia superseletiva, também conhecida como rizotomia dorsal seletiva.
O uso da bomba de baclofeno, por exemplo, consiste em uma medicação que é injetada de forma contínua diretamente no líquido cefalorraquidiano. Regularmente esse dispositivo implantado no paciente é programado para injetar medicação para aliviar os sintomas das contrações musculares mais graves. A bomba de baclofeno é colocada na região subcutânea (abaixo da pele) e um cateter interliga o dispositivo ao organismo do paciente, fazendo a infusão do medicamento.
Já a rizotomia dorsal seletiva (ou rizotomia superseletiva) é empregada em casos mais brandos da doença. Esse procedimento cirúrgico é reconhecido pela eficácia no tratamento de espasticidades causadas, sobretudo, por paralisias cerebrais. Por meio de uma pequena incisão, a técnica consiste no desligamento de alguns nervos responsáveis por conectar os músculos e a medula. Por ser tão simples de ser realizada, a rizotomia dorsal seletiva é mais empregada que a citada implantação da bomba de baclofeno.
A fisioterapia também é de suma importância para a diminuição dos transtornos causados pela espasticidade. Essa terapia pode ser realizada em quatro formas distintas: a crioterapia, onde o músculo espástico entra em contato direto com objetos frios, contribuindo para a diminuição temporária do reflexo; a aplicação de calor sobre o músculo afetado, que ajuda na diminuição de desconfortos, pois possibilita o relaxamento do músculo; a cinesioterapia, que contribui para a qualidade de vida do paciente, já que o estimula a praticar exercícios justamente no local que mais sofre com as contrações; por fim, a estimulação elétrica para ajudar no controle dos espasmos.