O aneurisma cerebral infantil é uma condição rara que afeta crianças de até 10 anos. Casos de suspeita de dilatação da artéria cerebral devem ser investigados e tratados o mais rápido possível.
O que é?
Apesar de raro, o aneurisma cerebral pode afetar crianças e bebês. Conhecido também como aneurisma sacular, a doença consiste na dilatação formada em um ponto específico de artéria enfraquecida do cérebro. A pressão sanguínea normalizada já é suficiente para promover ruptura da artéria e hemorragia.
Já o aneurisma fusiforme é um tipo menos comum e, por isso, pouco difundido. Nesse caso a artéria se dilata por toda sua extensão, em vez de em um ponto só. Se por um lado esse tipo de aneurisma exige um tratamento mais complexo, por outro, o aneurisma do tipo fusiforme é menos propenso a se romper e causar sangramentos.
Tendo isso em vista é válido ressaltar que o aneurisma cerebral infantil se equivale ao dos adultos. Quando ocorre em bebês e crianças, a condição deriva de uma série de fatores congênitos e até ambientais. Porém, quando ocorre nos primeiros anos de vida, a dilatação da artéria tende a ser mais complexa se comparada com a dos adultos.
Quais as causas?
O aneurisma cerebral infantil se diferencia do aneurisma dos adultos quanto à sua causa, que continua sendo uma incógnita. De forma geral, pessoas a partir da quinta década de vida são acometidas pela dilatação devido ao consumo excessivo de cigarros ou por hipertensão.
Nas crianças isso ocorre por fatores congênitos que ainda estão sendo avaliados, mas também por traumatismo, infecção, malformações vasculares, ou ainda por condições derivadas de doenças subjacentes. Sabe-se que o rompimento também surge de forma espontânea, sem que haja qualquer um desses motivos associados.
Sintomas
O aneurisma cerebral, antes da ruptura da artéria, geralmente não apresenta sintomas. Isso só ocorre quando há a chamada hemorragia subaracnóidea ou hemorragia intracerebral. Nesse caso os sinais são evidentes.
Quando há sangramento cerebral, a criança fatalmente sente uma dor de cabeça abrupta e severa (a pior dor de cabeça que já sentiu na vida). Outros sinais de que houve hemorragia incluem torcicolo, visão dupla, sensibilidade à luz, náusea ou vômito, desmaio e convulsão.
Ao apresentar um desses sintomas, sobretudo forte dor de cabeça, o paciente deverá ser encaminhado o mais rápido para um hospital ou unidade de tratamento próxima.
Diagnóstico
Muitas vezes os sintomas do aneurisma cerebral infantil são associados à outras doenças mais comuns em crianças. Sem uma investigação adequada, o paciente pode receber o diagnóstico errado de outras doenças como, por exemplo, a meningite.
Por isso é imprescindível que toda criança, ao ser encaminhada ao hospital, seja submetida à uma tomografia computadoriza no cérebro. Outro exame utilizado para casos suspeitos se diz respeito à punção lombar. Nele o médico responsável colhe líquidos ao redor da coluna vertebral, em busca de possíveis hemorragias e infecções.
A ressonância magnética também pode ser uma opção válida, embora seja difícil de realizar em pacientes inquietos. Nesses casos é feita a sedação em crianças pequenas.
Por fim, o angiograma feito com contraste radiopaco injetado na corrente sanguínea, facilita a identificação do aneurisma cerebral, já que torna os vasos sanguíneos mais visíveis.
Tratamento
Após o diagnóstico da condição no paciente pediátrico, a cirurgia cerebral se faz necessária. Existem dois procedimentos específicos utilizados para reparar hemorragias causadas por aneurisma sacular. São eles: clipping e coiling.
A primeira opção é a mais utilizada entre os neurocirurgiões. Nesse caso, o médico responsável é incumbido de estancar a hemorragia cerebral. No procedimento o aneurisma cortado geralmente é curado. É realizada uma craniotomia, que compreende a remoção temporária de um pedaço do crânio. Dessa forma o aneurisma é exposto e um clipe é colocado na artéria rompida. Em seguida a parte do crânio é recolocada sobre o local original com parafusos e placas, que nunca mais serão removidos.
O segundo procedimento é o coiling, que compreende o enchimento do aneurisma por meio de molas metálicas que obstruem o fluxo sanguíneo. Sendo assim, o sangue é impedido de pressionar a parede da artéria enfraquecida. A inserção das molas é realizada entre pequenos tubos colocados nos vasos sanguíneos do paciente operado. Apesar de ser um procedimento mais complexo para o médico, o coiling pode ser considerado como uma cirurgia minimamente invasiva neurológica em pediatria, já que é recomendada quando o aneurisma não pode ser acessado com cirurgia aberta.
Por fim, existe uma terceira opção, que pode ser executada tanto para o aneurisma sacular, quanto para o fusiforme. Trata-se da cirurgia de ponte, ou bypass, que consiste em uma nova alternativa para o fluxo de sangue que, por sua vez, passa a fluir em uma artéria saudável. Com isso a seção da artéria com aneurisma cerebral, portanto, torna-se inativa